domingo, 13 de março de 2011

Revoluções & Precariedades ( Parte 2 )

No segmento da Manifestação que ocorreu ontem, promovida pelo 'Movimento Geração à Rasca' confesso que me espanta o poder das Redes Sociais em conseguir unir e mobilizar milhares de pessoas envolta de uma só causa.
Embora seja pouco apologista de manifestações pois considero que há locais próprios para os fazer, identifico-me com o Manifesto (e não com alguns Partidos, Associações ou Grupos Radicais que perfuraram e tentaram sobressair-se nesta Manifestação) e assisti com alguma atenção a este Protesto Pacífico que ocorreu em diversas partes do País.
Pegando nas palavras proferidas no artigo do Financial Times: "Portugal’s ‘desperate generation’ cries out" , pergunto se este protesto terá tido realmente inspiração nos acontecimentos do Norte de África?
Os meios de propagação da mensagem foram os mesmos.
A faixa etária foi a mesma.
A luta dos jovens foi também por motivos idênticos ( A precariedade, o desemprego jovem e a incerteza de um futuro estável para a Nova Geração ).


Concluo então que o ano de 2011 tem sido alvo de transformações constantes, onde nós jovens temos mais informação, estamos mais conscientes e dispomos de uma maior oportunidade de conhecimento que a anterior Geração não dispunha.
Faz-nos ter, então, condições de criarmos um Mundo Melhor, estar mais atentos e interventivos não só no combate às injustiças geracionais, económicas e laborais mas fundamentalmente à pobreza Mundial e às desigualdades sociais.

Revoluções & Precariedades ( Parte 1 )

2011, ano que ficará marcado na História devido às inesperadas revoluções no Norte de África.
É um acontecimento que presentemente temos vindo a acompanhar através dos Media, o que torna este artigo de opinião oportuno e bastante relevante, dada a conjuntura que o Mundo inteiro atravessa.
Começo pela Revolta na Tunísia, conhecida pela Revolução Jasmim na qual se alastrou pelos países Árabes. Revolução esta, que se iniciou devido ao suicídio de um jovem Tunisino, vendedor ambulante de 26 anos. Dando origem à queda do Presidente autoritário Ben Ali que ocupava o poder há já 23 anos.
Nunca, o jovem Mohamed Bouazizi que trabalhava para sustento familiar e pagar os seus estudos, pensou que o seu acto desesperado viesse alterar a História Mundial e o panorama dos Países do Magreb.

Rapidamente este acontecimento espalhou-se por todo o Mundo, não só através dos Media, mas sobretudo pela nova "arma" do século XXI, as redes sociais.
A revolta alastrou-se pelos paises vizinhos, nomeadamente o Egipto, na qual Mubarak foi obrigado a demitir-se após 30 anos de poder perante milhões de revoltosos, na sua maioria jovens descontentes com salários baixos, falta de emprego e dos trabalhos precários. Neste momento existem revoluções em vários países Árabes, como no Iémen, Bahrein, Omã e no mais mediático de todos, à porta de uma guerra civil, a Líbia.
Por enquanto, mesmo sob ameaça, está salvaguardada a segurança e a estabilidade no País que detém a maior reserva de petróleo do mundo, a Arábia Saudita.
Portanto é na Líbia que a Sociedade Internacional e todos os Estados Ocidentais estão de olhos postos, pois este conflito não é apenas unilateral. Trata-se neste momento de um conflito económico, dada a enorme importância que a Líbia tem no que diz respeito à exportação do Petróleo para o Ocidente o que afecta a bolsa mundial e a produção de um dos recursos mais procurados no Mundo.
Portugal tem um papel crucial no conflito Líbio pois lidera a Comissão de sanções do Conselho de Segurança da ONU à Líbia, na mão do Senhor Embaixador José Moraes Cabral o que determina a responsabilidade que o nosso País tem neste conflito.

Estes problemas e estas revoltas vividas no Norte de África preocupam também empresas Portugueses que têm enormes investimentos na zona do Magreb, em que segundo Basílio Horta, Presidente da AICEP:“Estamos a exportar para aquela zona cerca de mil milhões de euros, aproximadamente, e é provável que os acontecimentos recentes já se façam sentir em Março”.

Creio que estas revoluções poderão alterar, não de forma radical, a Sociedade Internacional pois devemos ter atenção às crises Petrolíferas que poderão surgir destes conflitos e também aos movimentos Extremistas que têm aparecido a manifestar-se contra os regimes em causa.
Nós Ocidentais deveremos assegurar a Segurança e a Paz Mundial e promover a Estabilidade e quem sabe, a Democracia ( algo que estes Povos nunca tentaram ou conseguiram instaurar ).
Assim, Portugal terá uma maior facilidade de comunicação nas relações diplomáticas e económicas.